O Brasil, em 2023, alcançou o sexto lugar no ranking mundial de geração de energia solar fotovoltaica, conforme levantou a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA). De acordo com o relatório, o Brasil produziu um total de 37 GW de capacidade instalada, ultrapassando Itália e Austrália. Além disso, um estudo feito pela consultoria Wood Mackenzie, aponta que o Brasil será o quinto maior mercado de energia solar do mundo até 2032.
Outro estudo realizado pela IRENA juntamente com IEA (Agência Internacional de Energia), relatou que há um crescimento de produção de módulos fotovoltaicos significativo até 2050. A tendência é de que a fabricação desses módulos faça com que os módulos descartados também cresçam significativamente até o ano estimado.
Placas solares fotovoltaicas possuem um tempo de vida útil entre 25 e 30 anos, durante este ciclo, estima-se um descarte de módulos de aproximadamente 78 milhões de toneladas no mundo todo ( IRENA e IEA-PVPS ,2016).
Levando em consideração a operação contínua dos módulos durante toda a vida útil de 30 anos, sem falhas e paineis descartados antes do fim da vida útil, operação interrompida devido a falhas, IRENA e IEA (2016) realizou um estudo que prevê aumento dos volumes globais de resíduos fotovoltaicos de 2016 a 2050.
O impacto do descarte mal executado das placas vai desde a contaminação do solo até a emissão de gases poluentes à camada de ozônio.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, classifica módulos fotovoltaicos ,no momento do descarte, como REEE (Resíduos de Equipamentos Eletro-Eletrônicos), por isso, exigem tratamento adequado.
Painéis fotovoltaicos, quando descartados incorretamente, podem contaminar o solo e a água por conta dos metais pesados que são liberados durante a decomposição dos módulos, como chumbo e cádmio.
Além disso, os componentes que fazem parte da estrutura das placas como alumínio, vidro e plástico, não são biodegradáveis, permanecendo por anos até a sua decomposição.
Diante da crescente demanda de paineis fotovoltaicos, os riscos de contaminação pelo descarte incorreto se tornam preocupantes. Paralelamente à alta demanda, pesquisas mais aprofundadas sobre a separação e descarte dos materiais que compõem o módulo devem ser feitas. Componentes esses como a célula de silício, altamente prejudicial ao solo quando aterrada e materiais não biodegradáveis como plástico, vidro e alumínio.
Com a finalidade de diminuir impactos ambientais e despesas industriais, a Logística Reversa tem o potencial de realizar etapas capazes de executar tais papeis. Em suma, seu objetivo é recuperar, reciclar ou descartar adequadamente os materiais componentes através de algumas etapas: coleta, classificação, desmontagem, transporte e tratamento.
Autor:
*Giselly Alves Pereira, bolsista Fundação Araucária de Iniciação Tecnológica do NAPI EZC, sob a orientação do Prof. Dr. Thiago Tonon.