Entretanto, a durabilidade e o impacto ambiental desses dispositivos ainda são questões centrais. A exposição contínua à umidade, radiação UV e variações térmicas causa a degradação dos materiais, reduzindo a vida útil dos painéis solares para cerca de 25 a 30 anos. Esse desgaste resulta em perdasde desempenho por reflexão da luz, recombinação não-radiante de elétrons e danos físicos, além de contribuir para o crescimento do volume de resíduos eletrônicos.
Outro ponto crítico é o uso de elementos tóxicos na fabricação de alguns semicondutores. Materiais como chumbo (Pb), presente em soldas, e cádmio (Cd), usado em células de telureto de cádmio (CdTe), representam riscos significativos à saúde e ao meio ambiente, especialmente se descartados de forma inadequada. Mesmo o silício, que não é tóxico, exige grande consumo energético em sua purificação. Por isso, o descarte de células solares deve ser feito de forma controlada, com recolhimento por fabricantes ou empresas especializadas.
Para mitigar esses impactos, soluções de reciclagem têm sido desenvolvidas. Técnicas como a separação de vidro, alumínio e metais preciosos (como prata e cobre), bem como a purificação do silício de grau solar, permitem a recuperação e reutilização de componentes valiosos. Processos térmicos e químicos, como pirólise e lixiviação ácida, também contribuem para esse reaproveitamento. Paralelamente, novas abordagens sustentáveis vêm sendo estudadas, incluindo semicondutores biodegradáveis e células solares orgânicas ou de perovskita, que apresentam menor impacto ambiental e maior facilidade de reciclagem, embora ainda enfrentem limitações de estabilidade.
O futuro da energia solar, portanto, passa não apenas pelo aumento da eficiência, mas também pelo desenvolvimento de tecnologias mais sustentáveis e pela criação de cadeias produtivas e de descarte que minimizem os danos ambientais.